sexta-feira, 25 de julho de 2025

Arate

 

Estela do Arade

O rio Arade que banha a cidade de Portimão e que banhou em tempos Maenoba (posteriormente Portus Hanibalis e Portus Magnus) é na verdade um estuário cujas águas oceânicas fazem sentir o efeito das marés até às ribeiras de Odelouca e Boina (seus afluentes) e à cidade de Silves. É a montante de Silves que chegam as águas da ribeira, com o seu nome, que colecta desde a nascente, na Serra do Caldeirão.

 Desconhecia-se a antiguidade efectiva do seu nome até que há uns anos foi descoberta a "estela do Arade" no lugar da Companheira, muito perto das grutas onde está a ETAR. Foi encontrada junto a um velho poço, oculta nas silvas, meio enterrada na vertical.

Local da Companheira onde a estela foi encontrada, na margem do rio Arade 
 

Trata-se de uma estela com inscrições do tipo 'escrita do sudoeste' que alguns presumem ter sido a "mãe" de todas as escritas. Não discutiremos isso aqui. Vamos só tentar traduzir os seus caracteres seguindo os estudos epigráficos que nos dizem que esta escrita se deve lêr da direita para a esquerda (e de baixo para cima). 


 

1º e 3º caracter   A_A__


 2º caracter         ARA__

 


 4º caracter          ARAT_

 


 5º caracter          ARATE

 

 

Arate, o nome do nosso rio Arade cuja origem pode afinal vir das profundezas do tempo. Os epigrafistas dizem que será tão antigo como do século XXX/XXV a.C. Talvez mais... Acrescente-se como curiosidade o símbolo do próprio rio que se pode ver por cima nas duas linhas onduladas. Curiosas também, as duas covinhas ao seu lado a quererm dizer-nos qualquer coisa.

 

Será que são as suas duas cidades Maenoba e Cilibe?